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Lágrimas

Quando a alma vibra atormentada, as pulsações de um coração amargurado pelo peso da desgraça, este, numa explosão irremediável, num desabafo sincero de infortúnios, angústias e mágoas indefiníveis, externa-se, oprimido, por uma gota de água ardente com o desejo e consoladora com a esperança e esta pérola de amargura arretada pela dor ao oceano tumultuoso da alma dilacerada é a própria essência do sofrimento é a lágrima.

Traidora inconscientemente dos segredos da alma, ela amolece os corações mais duros e também (o que é mais estranho) endurece, os corações mais boles.
Ela foi sempre atreves da historia, a realizadora dos maiores empreendimentos, a salvadora miraculosa de cidades e nações, talismã encantado de vingança e crime de brandura e perdão.

(Em busca do autor)

1 comentários:

Unknown 10 de julho de 2014 às 10:29  

Rubem Braga, em uma crônica chamada "A minha glória literária", publicada no livro Ai de ti, Copacabana, em 1960.

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